Não há sociedade que resista e prospere desprovida de uma forte base cultural. Um país jovem é naturalmente instável. E um país que rompe com as próprias origens, ou as apedreja, tentando apagar-lhe o passado, caminha em direção ao colapso. A destruição cultural implica, necessariamente, a degradação moral em massa. Nada há de mais devastador a uma sociedade do que uma tentativa de “reescrever a história”.
Astrologia…
É com espanto que leio as conclusões de Jung e as linhas de Pessoa sobre a astrologia. Duas mentes modernas, duas mentes que tenho em tremenda estima. Modernas, e logo vejo atacados os preconceitos de um sujeito que cresceu no final do século XX, amestrado conforme a ideologia de seu tempo. A reação é excitar a curiosidade inédita, pelo desejo de não ser como os medíocres e tentar seguir o caminho dos grandes. Então me deparo com uma área que aparenta imersa nas mais terríveis confusões, quando não dominada pela filosofia mais barata. Muito bem! Dezenas de séculos credenciam a atenção. Mas que é que se pode ganhar disso tudo? Vá lá… o poeta era astrólogo.
A arte é o ato da criação artística
“L’œuvre de l’esprit n’existe qu’en acte” — assim Valéry começa um dos trechos mais lúcidos que já tive a oportunidade de ler sobre a arte. A arte é o ato da criação artística, que sobrevive na qualidade de registro de uma iluminação momentânea, de uma resposta do espírito diante de circunstâncias específicas. Tirada do contexto, mostra-se inócua. Só se permite assimilada se analisada em conjunto, e é destruída quando lhe tem os elementos dissecados. Belíssima lição aos “especialistas”…
Consciência é sinônimo de escolha
De Henri Bergson, em tradução livre:
Se consciência significa memória e antecipação, é porque consciência é sinônimo de escolha.