Alguns truques que o tempo ensinou-me:
I- Estabelecer um objetivo maior só possível caso saiba o idioma. Exemplos: aprender inglês para ler sobre finanças, aprender espanhol a fim de emigrar, aprender latim para ler clássicos no original, aprender russo para ler o que ainda não foi traduzido etc. etc.
II- Do básico ao intermediário: primeiro, o ouvido; depois, a fala; depois, a leitura; e por fim: a escrita.
III- Aprender um idioma não é uma questão de inteligência, aptidão, nada. Aprender um idioma é insistência, é disciplina. Basta que não desista. É uma questão que pode ser resumida em: quanto tempo consegue persistir em um texto sem entender absolutamente nada?
IV- No início, é duro; pouco tempo depois, os progressos começam a aparecer e continuam até o nível intermediário, quando se inicia o contato com a literatura. Aí vem a parte mais difícil, dolorosa e desalentadora: a compreensão dos textos parece impossível, o vocabulário parece um muro insuperável, a leitura não é nem um pouco prazerosa e tem-se a sensação de estar perdendo um tempo imenso frente a um texto que não entregará nada. Pois bem: é exatamente neste ponto que, persistindo, aprende-se um idioma em definitivo.
V- Ser versado em gramática da língua nativa contribui incalculavelmente para aprender qualquer outro idioma.
VI- Cabe a repetição: professores e cursos são absolutamente dispensáveis. O autodidata não é o inteligente, e sim o que resiste em meio ao desconforto.
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