Vamos de Nelson Rodrigues:
Sem sorte não se come nem um Chicabon. Você pode engasgar-se com o palito ou ser atropelado pela carrocinha.
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Vamos de Nelson Rodrigues:
Sem sorte não se come nem um Chicabon. Você pode engasgar-se com o palito ou ser atropelado pela carrocinha.
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Dedicar-se a uma ocupação inglória, trabalhar com afã sobre-humano, conviver diariamente com a incompreensão; fugir do convívio, combater a ignorância, digladiar-se por meios de expressão; se preciso, enfrentar a penúria; olhar diretamente na dor; caminhar entre sombras, no silêncio, afastando-se em serena resolução; notar-se-lhe o ambíguo, o contraste, indeciso em que acreditar; não esperar nada, nunca!, jamais lhe abandonando o dever; sentir-se impotente, falho, arrependido de descuidos precedentes, envergonhado da mais recente produção; envelhecer combalido, frustrado, sem jamais perder no trabalho o amor. Morrer, finalmente, desconfiado do próprio valor…
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Acompanho com muito entusiasmo as novidades científicas a respeito da cura para a degeneração das células. Sonho com o dia em que será possível comprar um comprimido — ou uma goma de mascar, talvez… — capaz de evitar o envelhecimento, mantendo o corpo saudável e no auge da forma para sempre; assim, só uma fatalidade poderá tirar a vida de um ser humano. Pois bem. Sonho com esse dia para usar da volição que me resta e dizer: essa agulha jamais me espetará! pertenço a uma casta que esmorece em vida e desintegra mastigada pelos vermes!
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Li, recentemente, Introdução à estilísitca, de Nilce Sant’Anna Martins, e impressionei-me com sua qualidade. A obra, destinada “especialmente a estudantes de faculdades de letras e a professores de português”, também é “de grande qualidade a todos que se interessam pelo estudo da nossa língua”. Bem escrita, bem organizada, com documentação extensa e de qualidade, dispondo de ótimos exemplos de variados autores, Introdução à estilísica aborda os numerosos recursos estilísticos que a língua portuguesa nos oferece. A professora Nilce, que lecionou na Universidade de São Paulo (USP) por quase vinte anos — e, fatalmente, veio a falecer em 2017 aos 93 anos de idade — demonstra argúcia e sutileza no trato com a língua; analisando períodos complexos, seja em verso ou em prosa, esmiúça com habilidade as intenções, os efeitos projetados pelo artista mediante as palavras. E, certamente, concretizou através de sua obra uma contribuição de grande valor ao estudo da língua portuguesa. Deixo aqui meu sincero reconhecimento ao trabalho da professora que, demais, aparenta ter sido muitíssimo querida por seus alunos.
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