A simpatia é a embalagem costumeira da falsidade

“Simpático ele, né?” Oh, simpaticíssimo! um amor! E sabe bem o pai da mentira quanto se ganha desta qualidade venerável… Mas aí está: as relações sociais exigem máscaras, e a simpatia é a embalagem costumeira da falsidade. Digo e não hesito: a sinceridade tem aspecto terrível! Pois é possível ter qualquer apreço à vida social, sabendo-a um grande teatro? É possível sorrir em resposta ao sorriso cuja motivação se conhece? É possível não julgar a simpatia como uma manifestação quase sempre detestável? Perguntas retóricas, porquanto as respostas já contam bons séculos…

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O pensamento só floresce no silêncio

O pensamento, o progresso intelectual associa-se ao silêncio. Quer dizer: é impossível pensar no barulho; o pensamento exige o silêncio para florescer. E, ao notar os benefícios numerosos do silêncio, da solidão e da quietude, é forçoso concluir que adaptar-se ao silêncio é fortalecer o caráter, é moldar a própria personalidade. Os pensamentos mais elevados sempre brotam de onde não há vozes, e a voz interior só aparece quando o mundo se cala. Por isso, é muito claro o caminho do conhecimento — difícil é ter coragem para trilhá-lo.

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Na vida cada sonho é uma miragem…

Na vida cada sonho é uma miragem
Irrealizável para além da mente;
Não se afligir é pôr-se, enfim, consciente
Que a cova é do futuro a suma imagem.

Maturidade em vida é ter coragem
A olhar nos olhos o vulgar presente;
Melhor o quieto, o triste, o que não mente
A si, e entende da vida a mensagem.

Aguarda-nos a todos uma tumba
Velada na necrópole do olvido,
Onde o silêncio é o eco que retumba

E a permanência eterna é obrigatória.
Nem mesmo o probo, o bom, sabe o vivido,
Terá na terra a mínima memória…

(Este poema está disponível em Versos)

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Quem não conhece uma língua estrangeira, não conhece a própria

A aula é de Goethe: quem não conhece uma língua estrangeira, não conhece a própria. Mas por quê? É assunto para centenas de páginas… O conhecimento de idiomas estrangeiros contribui de forma inestimável para o domínio da língua materna. Idiomas provenientes de uma mesma raiz alargam o vocabulário, aprofundam a compreensão das palavras, fortalecem o significado de radicais comuns, entregam ao estudante um arsenal de recursos sintáticos e expressivos aplicáveis ao próprio idioma. Idiomas de raiz diferente, por sua vez, desafiam o intelecto, forçam o cérebro a lidar com uma diferente organização da linguagem — ensinando a estruturar o pensamento de maneira distinta, — fortalecem a compreensão das classes de palavras, apresentando-lhes novas aplicações. Isso sem mencionar os ganhos de natureza cultural: o idioma é a manifestação da índole de um povo; estudar-lhe a evolução e suas particularidades é conhecer uma nova maneira de compreender e expressar a realidade. Por isso, a conclusão óbvia: a assimilação é dependente da comparação; apreende-se a essência de algo quando contraposto ao diferente. E, assim, são sábias as palavras do mestre: o conhecimento profundo do próprio idioma exige o conhecimento de idiomas estrangeiros.

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